Vê! Como é livre e alegre a passarada
Que vai cantando pelo espaço afora,
Bebendo a luz bem pura da alvorada,
Feliz ao sol, feliz à toda hora.
E tu, que és homem,vê! Não sabes nada!
Que condição mesquinha tens agora!
Mas se volveres a vida passada,
Verás o quão livre era o homem de outrora.
Hoje tu vês "balcões" por toda parte
Vende-se "Deus"! Também se vende amor!
Compra-se o pranto! ...e por viver dest'arte
É necessário o escravo,
Quem és tu, se tens aqui tanto "senhor",
E se não tens direito a liberdade?
- Especial para o jornal Ação Direta, por C.S., novembro de 1950 - Retirado do livro Entre Ditaduras, de Edgar Rodrigues
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